sexta-feira, 26 de abril de 2013

CRÍTICA DA ARTE SIM! POR QUE NÃO?

        

Fragmento Crítico -  EXPOSIÇÃO ANDEDAN


    O aluno Isaac Joatan de Luna, graduando em Produção Cultural, no IFRN-Campus Natal Cidade Alta, elaborou um fragmento crítico sobre a exposição Andedan, que ocorreu na Galeria de Arte do Campus Natal Cidade Alta, no mês de março deste ano. Esse fragmento foi uma das avaliações que a professora Mára Beatriz Pucci de Mattos realizou para a disciplina de Crítica da Arte.

Abaixo o texto de Isaac Joantan de Luna:
 

Campus Natal Cidade Alta

Curso: Produção Cultural
Disciplina: Crítica da Arte


Fragmento Crítico -  EXPOSIÇÃO ANDEDAN

                                                 Autor: Isaac Joatan de Luna (Natal, 2013)                        
Arte é o momento em que nos sentimos atacados, vulneráveis e  frágeis a esse ataque mortal que nos atingiu. É amar, correr o risco, é fazer do caos indissociável do que você é, sente e gosta, apesar da confusão. É perder-se e tudo bem. É aceitar a multiplicidade sem julgamentos, porque para um apreciador de arte o que interessa é ter seus sentimentos tocados, não somente a qualidade do material, a técnica... o que interessa é não podermos reagir ao êxtase. Nem sequer queremos explicações, queremos mesmo é não saber nada, ficar sem palavras para descrever...porque há coisas que não se diz com palavras e gestos é tudo ao mesmo tempo e de uma só vez: simbólico, identidade. É mesmo perder-se.
         Ao entrar na exposição ANDEDAN do artista plástico Marcus Vinícius Popó, somos surpreendidos pela sensibilidade desse militar. O estranhamento  nos atinge em cheio, vemos Pelé pintado com uma bola de futebol, esta usada como se fosse pincel, e uma tinta cor de lama. É metalinguagem! Eu sussurro para mim mesmo. Depois Ivete Sangalo que de longe parece o que costumamos ver na TV e de perto torna-se só pontos, como pixels, como se estivéssemos tão próximos para entender a imensidão de sua personalidade.
         Mas tenho uma preferida entre todas: o Saddam Hussein esculpido a golpes violentos que denotam a personalidade não somente do retratado, mas do próprio artista que se mostra em duas faces, uma destas secreta, dicotômica: é violência do homem militar, a frieza, o sangue que jorra, a vida, que ao mesmo tempo é simbolicamente expressa pelo sangue também se trai pelo mesmo símbolo, que é também de morte e de dor e, em oposição, mas não excludente, apesar de contraditória – mas é disso que trata a arte, afinal, não é mesmo? Um desenho de criança escondido atrás da tela, um jogo inocente de forca. Nesse momento somos colocados frente a uma percepção que nos leva ao êxtase, saímos do global para o local, do habitual para o estranho e em discussão que todos fazem parte: a vida. As crianças lidando com isso com inocência, como brincadeira, para aprender a lidar com esse choque e adultos ainda não adaptados à violência, lidam com crueldade da mesma ordem com as questões que nos tocam. Ele, como militar tem uma visão muito particular do que é o horror da guerra, da miséria, dos olhos fundos do cansaço e desespero. Ele viveu tudo isso e essa é a única obra, que eu me lembre, que retrata esse universo específico, tão real, vivo, ainda pulsante no sangue que sempre  parece molhado na fórmica que serviu de suporte para a pintura. Ela, inteira, quebrada em minúsculos pedaços de madeira prensada, que teimam em se manter unidos, como as pessoas em momento de crise, para assim, em pedaços, dar forma ao ditador, fragmentado e sangrento. O sangue do próprio artista está lá.
         Esse golpe de faca que a obra sofre para dar contorno as delicadas formas é o mesmo golpe mortal que desejamos receber da arte, queremos sentir as pernas tremer diante do desconhecido, do iminente ataque mortal. Conhecer a obra do artista brasiliense que já vive há dois anos na capital do elefante – só agora foi descoberto pela habilidosa e ávida visão da curadora da galeria de arte do IFRN Cidade Alta, Mára Pucci de Mattos – é uma experiência que toca e queima dentro de você, faz você delirar e perder-se nesse universo que não é só do artista, mas que passa a ser nosso pelos temas abordados e pelo convite ousado a experimentar prazeres desconhecidos.
Transcrição integral: Profª. Mára Beatriz Pucci de Mattos




Isaac Joatan de Luna











Jocasta Luana
Produtora Cultural

 

INSCRIÇÕES PARA OS WORKSHOPS


O evento Atelier a Céu Aberto que será realizado no dia 08 de maio de 2013, no Campus Natal Cidade Alta, na Av. Rio Branco, nº 743,Cidade Alta, Rio Branco.

Pela manhã serão ofertados diversas Workshops, gratuitos para todas as comunidades. Serão 15 vagas por workshop e as incrições será realizadas na Coordenação da Galeria no IFRN Campus Natal Cidade Alta. Maiores informações pelo (84) 4005-0959, ou nos e-mails jocasta_galeria@hotmail.com e sonia.mfs@ig.com.br.

Abaixo os Workshops e oficinas:



ATELIER A CÉU ABERTO

DIA 08 DE MAIO DE 2013 – WORKSHOPS DAS 09 ÁS 11:30

LOCAL: IFRN CAMPUS NATAL CIDADE ALTA, AV. RIO BRANCO, Nº 743, 
CIDADE ALTA – 4005-0959


WORKSHOP
LOCAL
MINISTRANTE
PRODUTOR CULTURAL
RECICLAGEM E DOBRADURA
SALA DE DANÇA
LUZIA OLIVEIRA
FRANCINETE SILVA

ANDRÉA OLIVEIRA
PAPEL RECICLADO E CARTONAGEM
ATELIER DE ARTES VISUAIS
NOVENIL BARROS
NEILDE PEREIRA
DESENHO EM HISTÓRIA EM QUADRINHO
SALA DE TEATRO
MARCOS GUERRA
LARISSA SALLES  FLÁVIO RODRIGUES
PINTURA ACRÍLICO SOBRE TELA
GALERIA SALA 2
JOSÉ HUMBERTO
ALYNNE BARROS
DESENHO ARTÍSTICO – NATUREZA MORTA
AUDITÓRIO
THIAGO MAIA
NATASHA DA SILVA

ENTALHE EM MADEIRA
TENDA 01
TAIRONE BARBOSA
ADRIANA MARCIA
RENARA ROCHA
ARTE E COMPUTADOR
GALERIA SALA 1
ARTHUR MORAIS
ANA PAULA
DESENHO DE FIGURA HUMANA - ROSTO
SALA 61
MARCOS VINÍCIUS “POPÓ”
NATHÁLIA GABRIELE
MOSAICO
SALA 78
WODSON RODRIGUES
ANNY KELLY
XILOGRAVURA
SALA 82
ANGELA SENNA
EDNA MARIA FERREIRA
DESENHO E COLORIZAÇÃO
SALA 67
THIAGO VICENTE
DIEGO QUEIROZ
ALYNNE BARROS
DESENHO PARA SURDOS
BIBLIOTECA
NATÃ HUÃ
JOCASTA ANDRADE
MARIA ADAMIRES DA SILVA
  

Jocasta Andrade
Coordenação da Galeria
4005-0959