segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Crítica de Arte sim! Por que não?

Mais uma crítica da exposição Andedan que ocorreu na Galeria de Arte do IFRN - Cidade Alta. O aluno Árison Rodrigo de Brito do curso de Produção Cultural.



Confira abaixo a crítica de arte:



IFRN -  CÂMPUS- Cidade Alta
Tecnologia em Produção Cultural
Disciplina: Crítica da arte


Docente: Mára Beatriz Pucci Mattos
Discente: Árison Rodrigo de Brito


Crítica artística- exposição Andedan- Marcos Vinícius.

Marcos Vinícius de Oliveira Pereira brasiliense, nascido na década da geração perdida. Talvez traga no sangue as reminiscências de uma década explosiva, que legou do Aborto Elétrico ao legião Urbana. Vivendo sua adolescência na cidade maravilhosa não espanta que sua arte tem o traçado delicioso da Bossa nova de Tom Jobim a João Gilberto. Dito pelo mesmo autor tem influência sua obra sofre influência da vida conforme conhece novas pessoas, lugares e artistas sua arte se renova.
Popó, como é conhecido no mundo artístico, não acredita em uma política da arte, pelo menos no tempo em que vivemos, no contexto histórico que estamos. Apesar de ter conhecido o Haiti e todo o descaso da humanidade por aquele povo, Popó não tem uma obra triste, pelo contrário sua obra é para colocar sorriso nos rostos. Mas de certo duas coisas, influenciaram sua obra depois do contato como o Haiti: A negritude presente em sua obra, e a possibilidade de ver em tudo materiais potenciais para produzir arte.
            Talvez inconscientemente ele, Popó, tenha visto na escassez Haitiana um texto possível de produzir arte, e todo aquele negrume do país lhe trouxe a memória a negritude brasileira, Pelé- uma de suas obras na exposição Andedan não nos deixa mentir. Mas tudo isso são conjecturas para localizar arte, mas a arte se dá o luxo de dizer e desdizer. Sem dúvida a exposição do Popó nos remete (in) diretamente a canção do Caetano Veloso o Haiti é aqui.
            A exposição Andedan traz sem dúvidas todas as influências que o Popó teve ao longo de suas experiências de vida, de suas idas aos museus pelo mundo a fora. Os traços do Travis Charest, do Adam Hughes e do Alex Ross estiveram presentes na exposição do Popó. O que é a obra de um artista senão a síntese de suas experiências?
O domínio da proporção da figura humana, a técnica do claro escuro ficam lindas e ganham vida no pó de café, no chocolate (Drogas indispensáveis) na ferrugem, nos carimbos Popó ganha/dá identidade, no pontilhado ele traça caminhos... Sem medo de errar, posso afirmar que nas coisas aparentemente inviáveis, inúteis, ele cria realidades. Nesse ponto, o artista aproxima-se do Manoel de Barros.
Seja como for, é salutar dizer que a obra de arte do Popó está liberta de um interesse histórico rígido, interessa ao mesmo o deleite, o riso fácil, o espanto, o franzir a testa, como ele mesmo admitiu. A estética que cerca o artista é descompromissada com as barreiras do nosso tempo, mas é compromissada com à vida. Em Popó estão reunidos dois elementos dicotômicos: a frialdade militar e a delicadeza do menino do Rio. Ou não!?



 Árison Rodrigo de Brito







Jocasta Andrade
Produtora Cultural

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